Skip to content

No dia 29 de junho, às 17h, a Cinemateca Brasileira presta homenagem ao fotógrafo e realizador Laurie Gane, com a exibição de dois curta-metragens que dirigiu e um longa que fotografou. A sessão será seguida de debate com Francisco Elinaldo Teixeira, Mateus Araújo, Luna Alkalay e Felipe Abramovictz.

 

Como se sabe, Londres foi, junto com Paris e Nova York, um dos maiores polos de atração para artistas brasileiros forçados ao exílio pelo recrudescimento da ditadura no Brasil na passagem dos anos 1960 aos 1970. Muita gente criativa (Caetano Veloso, Gilberto Gil, Hélio Oiticica, Júlio Bressane, Neville de Almeida, Jorge Mautner, Leilah Assumpção, Antônio Bivar etc.) passou por lá na época e ali deu continuidade ao seu trabalho, fazendo filmes, discos, exposições. Parte dessa história chegou até nós por relatos dos próprios artistas, em livros, revistas e documentários. Mais raros os depoimentos de seus parceiros ingleses, que pudessem completar nossa visão daquela experiência coletiva. No caso dos cineastas, um dos parceiros mais importantes foi o realizador, fotógrafo, músico e filósofo Laurence (ou Laurie) Gane, que atuou, em 1971, como diretor de fotografia em filmes de Júlio Bressane (Memórias de um Estrangulador de Loiras e Amor Louco), Neville de Almeida (Night Cats), Jorge Mautner (O Demiurgo), além de um longa não-finalizado de Gilberto Macedo.

 

Nascido em 1943 e ativo ainda hoje, Gane é um personagem dos mais interessantes em sua múltipla atuação cultural no contexto da contracultura londrina: ali fundou uma banda de rock que se transformaria na lendária The Yardbirds, atuou como fotógrafo e técnico de laboratório, pertenceu aos círculos do cinema experimental ligado à London Film-makers Cooperative, da qual foi um dos fundadores em 1966, lecionou na Open University e no Royal College of Arts, publicou um livro de divulgação sobre o pensamento de Nietzsche, colaborou com a cineasta galesa Jane Arden em The Other Side of the Underneath (1972), e assim por diante.

 

A homenagem celebra o itinerário plural de Laurie, que além de trabalhar nos filmes de Bressane, Neville e Mautner, dirigiu uma série de filmes experimentais, como Earthlight (1969), Nodnol (1971), Sun-day (1972) e Bay Bridge (1972), e os documentários What Is a Tree? (1969) e Big Bussiness (1979). A sessão a ser apresentada incluirá dois curtas dirigidos por Laurie, recentemente digitalizados através de uma parceria com a BFI, seguido de um longa em que Laurie Gane atuou como diretor de fotografia (Memórias de um Estrangulador de Loiras) e um bate-papo.

 

A sessão é gratuita e os ingressos começam a ser distribuídos uma hora antes da sessão.

 

Sobre os debatedores:

FRANCISCO ELINALDO TEIXEIRA é cientista social, ensaísta e fotógrafo. Autor de O Cineasta Celerado (2012), sobre o cinema de Júlio Bressane. Doutor em ciências (FFLCH/USP), pós-doutor em artes (PUC/SP) e livre-docente em comunicação (UNICAMP). É professor associado/livre-docente (RDIDP) da Universidade Estadual de Campinas.

MATEUS ARAÚJO SILVA é professor Livre-Docente do Departamento de Cinema, Rádio e Televisão e do Programa de Pós-Graduação em Meios e Processos Audiovisuais da Universidade de São Paulo. Doutor em filosofia (em regime de co-tutela) pela UFMG e pela Université de Paris I (Panthéon-Sorbonne). Realizou um pós-doutorado em cinema na ECA-USP. 

FELIPE ABRAMOVICTZ é doutorando em Multimeios (Unicamp). É pesquisador de cinema brasileiro, curador e cineasta. Autor de “Cinema É Sonho” (2023). Curador da exposição “Simulacrum”, de Laurie Gane (2024).

LUNA ALKALAY é cineasta. Realizou os longas “Cristais de Sangue” e “Estados Unidos do Brasil”, e curtas como “Lacrimosa” (ao lado de Aloysio Raulino) e “Sangria”. Autora de “Minha Mãe Inventada” (2023).

 

PROGRAMAÇÃO:

 

29/06/2024 | 17h | Sala Oscarito

Sessão especial Laurie Gane | EARTHLIGHT, NODNOL e MEMÓRIAS DE UM ESTRANGULADOR DE LOIRAS

 

Navegação de visuais

Navegação do visual Evento

Hoje
Pular para o conteúdo