Assista aos cursos de formação técnica e cultural do Projeto Nitratos

Entre abril e junho de 2024, a Cinemateca Brasileira deu continuidade às ações formativas do Projeto Viva Cinemateca com a oferta de três cursos gratuitos voltados à formação técnica e cultural. As aulas ocorreram nas modalidades presencial e remota, mas continuam disponíveis gratuitamente no canal da Cinemateca Brasileira no YouTube.

Viva Cinemateca reúne os grandes projetos da Cinemateca voltados à recuperação de importantes acervos, como é o caso de seu acervo de filmes em nitrato de celulose, além da modernização de sua sede e infraestrutura técnica. O projeto conta com o patrocínio estratégico do Instituto Cultural Vale, com o patrocínio master da Shell, e copatrocínio do Itaú, via Lei Federal de Incentivo à Cultura.

Assista aos cursos:

CURSO: A CULTURA CINEMATOGRÁFICA E SUA HISTÓRIA

CURSO: CATALOGAR PARA PRESERVAR

CURSO: OS CINEJORNAIS NO BRASIL

Cinemateca recupera e digitaliza a mais antiga coleção de filmes brasileiros

Pela primeira vez em sua história, a Cinemateca Brasileira recuperou, catalogou e digitalizou 1.785 filmes de sua coleção em nitrato de celulose: a parcela mais antiga e frágil do acervo da instituição e que reúne os mais antigos títulos da cinematografia brasileira. Algumas das obras, que são registros históricos do Brasil entre as décadas 1900 e 1950, estarão disponíveis gratuitamente no Banco de Conteúdos Culturais (BCC) e no site do projeto Viva Cinemateca.

A iniciativa integra o Viva Cinemateca que reúne os grandes projetos da Cinemateca voltados à recuperação de importantes acervos, além da modernização de sua sede e infraestrutura técnica. Por meio da Lei de Incentivo à Cultura, o projeto, de cerca de R$ 15 milhões, conta com o patrocínio estratégico do Instituto Cultural Vale, com o patrocínio master da Shell, e o copatrocínio do Itaú Unibanco.

“O Instituto Cultural Vale está ao lado da Cinemateca desde 2020 por entender a importância da casa da produção audiovisual brasileira, que preserva, também, um retrato da nossa própria identidade. Por isso, atuamos, juntos, em iniciativas pela sustentabilidade e modernização do espaço e pela salvaguarda de seu acervo, em especial, a coleção de filmes em nitrato de celulose, de valor inestimável”, diz Hugo Barreto, diretor-presidente do Instituto Cultural Vale.

A coleção de Nitratos da Cinemateca Brasileira foi formada por títulos sobreviventes advindos de arquivos e cinematecas de todo o país. Entre as obras recuperadas pelo projeto estão raridades como Barulho na Universidade (1943), filme de Watson Macedo dado como perdido; Ceremônias e Festa da Igreja em S. Maria, documentário mais antigo do acervo, filmado em 1909; Apuros de Genésio, filme de 1940 que será exibido no Festival de Filmes Silenciosos de Pordenone, em outubro; e Amazônia e Rio Exposição de 1922, uma compilação de imagens feitas por Silvino Santos entre 1919 e 1926 na região Norte do país e na então capital federal. De suma importância para a compreensão dos primórdios da cultura cinematográfica brasileira, a obra de Silvino Santos ganhou destaque recentemente com a (re)descoberta do seu primeiro longa Amazonas, o maior rio do mundo (1918-1920).

“Apoiamos o Viva Cinemateca pois, acreditamos que a instituição tem um papel fundamental na construção, conservação e difusão da nossa herança cultural com ações que promovem o desenvolvimento humano e geram valores para toda nossa sociedade através da cultura”, comenta Glauco Paiva, gerente executivo de Comunicação e Responsabilidade Social da Shell Brasil.

Trata-se da concretização de um esforço de décadas. As películas em nitrato de celulose, que eram utilizadas nos primeiros anos da indústria cinematográfica, são materiais extremamente delicados e que podem entrar em autocombustão. Foram eles os responsáveis por quatro incêndios da história da Cinemateca: 1957,1969, 1982 e 2016. A recuperação da coleção de filmes do projeto Nitratos da Cinemateca Brasileira tem sido uma das principais frentes de trabalho da instituição desde sua reabertura, em 2022. Para essa iniciativa, foram contratados 30 pesquisadores e técnicos de preservação e documentação de todo o país, que trabalharam por dois anos no projeto, recuperando cerca de 3.350 rolos de filmes – cinejornais, documentários, filmes de ficção, domésticos e publicidade. A maioria dessa equipe foi posteriormente incorporada ao quadro de funcionários da instituição.

Assista ao Curso Mulheres Pioneiras no Cinema

Entre os dias 6 e 16 de dezembro de 2023, a Cinemateca Brasileira organizou o CURSO MULHERES PIONEIRAS NO CINEMA, dentro da mostra de filmes homônima. Com 4 encontros presenciais e transmissão online pelo YouTube, as aulas foram ministradas pela pesquisadora Marcella Grecco e também contou com uma palestra com Kate Saccone, gerente de projetos do Women Film Pioneers Project.


O programa aborda os trabalhos de pioneiras de diferentes países, incluindo um destaque para a brasileira Cleo de Verberena, sobre a qual Marcella lançou um livro em 2022.


O curso e a mostra MULHERES PIONEIRAS NO CINEMA fazem parte do Projeto Viva Cinemateca, que reúne os grandes projetos da Cinemateca Brasileira voltados à recuperação de importantes acervos, além da modernização de sua sede e infraestrutura técnica. O projeto conta com o patrocínio estratégico do Instituto Cultural Vale, o patrocínio master da Shell e Itaú como copatrocinador.


As aulas estão disponíveis no canal da Cinemateca Brasileira no YouTube:

SOBRE O CURSO

Ementa:
As mulheres sempre estiveram envolvidas nas mais variadas áreas de cinema. Diretoras, roteiristas, montadoras, produtoras do começo do século passado permaneceram invisíveis por muito tempo. Porém, nos últimos anos, um movimento coletivo de (re)descoberta de mulheres que fizeram história recupera essas personagens, dando sua justa importância.
Nesse processo de resgate da história de mulheres que faziam cinema no seu início, uma pergunta frequente é: como não as conhecíamos?
Por que desconhecíamos até recentemente a história de Alice Guy ou Lois Weber, pioneira estadunidense que apenas em 1916 dirigiu dez longas-metragens e roteirizou nove destes para a Universal? E por que sabemos tão pouco sobre Elvira Notari, primeira e mais produtiva diretora italiana com 60 longas e centenas de curtas entre 1906 e 1930? Quando fazemos estas perguntas fica claro que o esquecimento não está relacionado à quantidade de filmes que fizeram ou à importância que tiveram, e sim ao fato de serem mulheres. Apesar dessa participação múltipla no desenvolvimento do cinema, como linguagem e indústria, suas histórias foram ignoradas ao longo de anos.
O curso apresenta um panorama das pioneiras do cinema de diversos países. Oferecido gratuitamente pela Cinemateca Brasileira, as aulas são ministradas pela pesquisadora e doutora Marcella Grecco, com uma palestra ministrada pela pesquisadora Kate Saccone.

Estrutura:
Aula 1 (06/12): INTRODUÇÃO ÀS PIONEIRAS – elas faziam cinema
Aula 2 (07/12): ALICE GUY E LOIS WEBER – caso francês e estadunidense
Aula 3 (13/12): CLEO DE VERBERENA – pioneira nacional
Aula 4 (16/12): Palestra com Kate Saccone sobre o Women’s Film Pioneers Project

Sobre as ministrantes:
Marcella Grecco é doutora em Meios e Processos Audiovisuais pela Universidade de São Paulo (ECA/USP) e autora do livro “Cleo de Verberena e O Mysterio do Dominó Preto (1931)”, publicado em 2021 pela Editora Giostri. No ano de 2018 foi contemplada com bolsa de doutorado sanduíche e permaneceu um semestre na Columbia University, em Nova Iorque, quando integrou o Women Film Pioneers Project. Possui mestrado em Multimeios pela Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP), pós-graduação em Jornalismo Cultural pela Fundação Armando Alvares Penteado (FAAP) e graduação em Comunicação Social – habilitação em Midialogia também pela UNICAMP.


Kate Saccone é pesquisadora e curadora, atualmente em Amsterdã. É gerente de projetos e editora do Women Film Pioneer Project da Universidade de Columbia (https://wfpp.columbia.edu/).

Cinemateca adquire películas para duplicação de nitratos

Parte do Projeto Viva Cinemateca, aquisição é a primeira em 10 anos e vai ser usada para preservação da coleção mais antiga de registros audiovisuais no Brasil

A Cinemateca Brasileira adquiriu recentemente 460 rolos de filme virgem para processamento no Laboratório de Imagem e Som, por meio de recursos do PRONAC (212939 – Nitratos da Cinemateca Brasileira – Preservação e Acesso) que integra o PROJETO VIVA CINEMATECA.

“Há mais de 10 anos que a instituição não adquiria materiais de película para duplicação fotoquímica. E a chegada desses materiais é ainda mais especial por se tratar de uma iniciativa muito importante para a preservação da memória audiovisual brasileira”, ressalta a Diretora Geral da Cinemateca Brasileira, Dora Mourão.

Os rolos de filmes serão usados para a duplicação de materiais em nitrato de celulose para a confecção de matrizes de guarda e acesso, salvaguardando as obras do acervo em eventual perda de seus suportes originais – materiais delicados, com risco de autocombustão e que provocaram quatro incêndios na história da Cinemateca.

“A duplicação fotoquímica é muito importante para o trabalho museológico desenvolvido pela Cinemateca Brasileira, pois o suporte fílmico é o mais adequado para a conservação a longo prazo das obras. Além disso, nosso Laboratório é um dos poucos no mundo e o único no país com essa capacidade de processamento. Este trabalho de salvaguarda é reforçado ainda pelas ações de digitalização e catalogação, que promoverão um acesso qualificado em escala”, complementa Gabriela Sousa de Queiroz – Diretora Técnica.

A recuperação da coleção de filmes em nitrato da Cinemateca Brasileira tem sido uma das principais frentes de trabalho da instituição desde sua reabertura, com a contratação de pesquisadores e técnicos de preservação e documentação de todo o país.

A coleção reúne obras remanescentes do cinema da metade do século 20 – cinejornais, documentários, filmes de ficção, domésticos e publicidade, confiadas à Cinemateca Brasileira por arquivos e cinematecas do país. São registros de valor artístico e histórico e que estão, agora, sendo recuperados e redescobertos com um investimento de mais R$ 15 milhões, captados por meio da Lei de Incentivo à Cultura.

PROJETO VIVA CINEMATECA

O Viva Cinemateca foi lançado em junho do ano passado como continuidade ao processo de retomada iniciado em 2022. O projeto pretende ampliar e modernizar a sede da Cinemateca Brasileira. Está prevista a ampliação dos espaços de laboratórios da instituição e a recuperação de seu acervo fílmico, garantindo que mais filmes e documentos possam ser preservados. Outra importante frente do projeto contempla o restauro das edificações históricas, melhorando as instalações disponíveis para o público. Desde 1997, a Cinemateca Brasileira está instalada em seu prédio atual: uma valiosa edificação em tijolos aparentes, remanescente da arquitetura industrial de São Paulo do século 19.

O Projeto Viva Cinemateca conta com o patrocínio estratégico do Instituto Cultural Vale, com o patrocínio master da Shell, e Itaú, como copatrocinador.

Saiba mais sobre o projeto e como apoiar.